Xambioá-Tocantins e São Geraldo do Araguaia - Pará - Brasil
"(...)
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
(...)"
Os Vampiros, de José Afonso
......antes tarde, aqui vos apresento um cenário importante para a formação e posterior interpretação de um dos capítulos mais aterrorizantes da História das revoluções populares no Brasil. trata-se de um dos palcos da Guerrilha do Araguaia, ocorrida oficialmente entre os anos de 1972 e 1975. os preparativos e as entradas dos revolucionários comunistas ligados ao PC do B (Partido Comunista do Brasil) na região sul do Pará datam de anos anteriores à chegada das primeiras tropas militares para efetuar o combate (1972). no período mencionado foram mortas mais de 60 pessoas em combate com soldados e outras tantas capturadas, torturadas e executadas, por fim. passados 33 anos o paradeiro de muitos 
daqueles revolucionários ainda não pôde ser revelado, tanto pela vergonhosa omissão do Ministério da Justiça como pela redoma protetora que se formou sobre os comandos das Forças Armadas. parte dos documentos oficiais do período foi liberada por atitude incisiva do Governo Lula, embora ainda faltem bastantes informações que, acredita-se, tenham sido destruídas, bem como os vestígios materiais indicativos dos sepultamentos clandestinos de que se tinha notícia.
atualmente em ambas as cidades de Xambioá-TO e São Geraldo do Araguaia-PA é difícil encontrar alguém que possa dar informações sobre a dita Guerrilha. 
percebe-se um receio e até mesmo um certo medo em falar sobre o período em questão.
em visita ao local indicado como sede do acampamento central das Forças Armadas, localizado na margem direita do rio Araguaia, em Xambioá, foi possível encontrar alguns vestígios que podem ser atribuídos ao menos, à década 1970. um dos elementos encontrados apresenta a efígie da República Federativa do Brasil, feita em latão sobre aço, podendo ser parte de algum equipamento militar de tropas de cavalaria(?);
no mesmo local uma estrutura de tijolos lembra uma fornalha. outros objetos também vieram presentes na investigação e, apesar de correlacionados ao período, não há garantias de terem sido usados por integrantes das Forças Armadas estabelecidas ali. além dos vestígios correlacionáveis ao estabelecimento de uma unidade repressora militar oficial, pode-se supor uma ocupação humana que a antecedeu em algumas centenas ou mesmo milhares de anos, a julgar pelos artefatos arqueológicos (lítico lascado) de um período e cultura anteriores à ocupação capitalista dessa porção do Araguaia.
uma saída para o problema dos familiares parece estar em construção após a abertura de investigações do Ministério Público Federal acerca dos desaparecidos políticos na Gerrilha, embora ainda precárias e de parcos resultados.
cultura material e humanidades atuais
Rio Araguaia e seus usos - lavagem de utensílios domésticos
Rio Araguaia e seus usos - lavagem de utensílios domésticos
embarcações típicas ribeirinhas, usadas para travessias e pesca
homem a lidar com atividades domésticas
trabalho infantil
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percebe-se um receio e até mesmo um certo medo em falar sobre o período em questão.
no mesmo local uma estrutura de tijolos lembra uma fornalha. outros objetos também vieram presentes na investigação e, apesar de correlacionados ao período, não há garantias de terem sido usados por integrantes das Forças Armadas estabelecidas ali. além dos vestígios correlacionáveis ao estabelecimento de uma unidade repressora militar oficial, pode-se supor uma ocupação humana que a antecedeu em algumas centenas ou mesmo milhares de anos, a julgar pelos artefatos arqueológicos (lítico lascado) de um período e cultura anteriores à ocupação capitalista dessa porção do Araguaia.
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reciclagem de materiais descartados como lixo
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